Curiosidade sobre a rádio e TV digital
- 18/10/2007 |
- Cláudio Brito
- Zero Hora
Encontro da Agert debate demora para adoção do sistema no paísQuando um jovem disser que o rádio nasceu depois da televisão, não o corrija. Se a conversa for sobre transmissões digitais, o garoto estará certo.
A TV digital tem lei e sistema escolhido, o japonês. Superada a fase experimental, os receptores estão bem mais baratos, os conversores para a convivência do digital com o analógico custam menos ainda e já se produz conteúdo em alta definição no Projac (Rede Globo) e em outros centros de criação e realização brasileiros. A televisão do século 21 estréia em São Paulo a partir de 2 de dezembro e no resto do país, no segundo semestre de 2008.
E o rádio? Este chega aos 85 anos no Brasil com algumas incertezas. Não há data estabelecida para que se digitalize, embora algumas emissoras estejam transmitindo com a nova tecnologia, como a Gaúcha AM e a Itapema FM no Sul e pouco mais de 20 em outras regiões. O sistema americano é o testado, aprovado, mas não escolhido para valer. O governo e os radiodifusores ainda não se entenderam quanto ao desenho tecnológico final do rádio digital. As dúvidas começam na legislação e chegam à realidade do mercado. Os receptores para o rádio digital ainda estão caros (custam mais de US$ 1,5 mil) e precisariam ser importados nos primeiros tempos, pois não se vê entusiasmo na indústria brasileira, por enquanto.
Os dados foram expostos ontem pelos painelistas do Congresso Estadual de Rádio e Televisão, promovido pela Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert). Acácio Luiz Costa, da Rede Mix TV, alertou para o atraso do rádio na digitalização, defendeu urgência em uma decisão pelo sistema e propôs uma política governamental de incentivo à produção de transmissores e receptores, sem o que de nada adiantará digitalizar.
José Cláudio Barbedo, gerente técnico da Rede Tupi, usou uma série de sons gravados para mostrar que, mesmo analógico, o rádio tem de lutar pelo aperfeiçoamento dos receptores de AM e FM agora, antes que perca espaço para iPods, pen drives e outras engenhocas, sem volta. Segundo o carioca, "só se vende porcaria chinesa por aí, matando o som do rádio que fazemos".
Cuidado máximo com o conteúdo
Barbedo alertou que "de nada adiantarão novas formas técnicas se não pensarmos em direcionarmos os conteúdos à imensa capacidade que o rádio tem de emocionar".
Fernando Ferreira, diretor de Tecnologia do Grupo RBS, fez o balanço da situação favorável da TV digital em relação ao rádio e exibiu em um televisor de alta definição um programa experimental. O rádio vai demorar um pouco mais a abraçar as novas tecnologias, mas ele e a televisão precisarão mesmo é de cuidado máximo no que vão oferecer a seus ouvintes e telespectadores.
- Para compensar, o rádio digital virá de carro - disse um bem-humorado radiodifusor, comentando a notícia de que os primeiros rádios digitais virão nos automóveis, pois as montadoras diluirão no preço de seus veículos o alto custo dos receptores.
O Congresso termina hoje à noite, com a posse da nova diretoria da Agert para o biênio 2007/2009.
http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=196588
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